1 de novembro de 2010

quantia certa.

O limiar entre a vontade e a coerência é ténue e complicado.
Como é que contornamos a voz intrometida que desponta em argumentos lógicos para seguir o impulso lascivo que se solta de todos os nossos milímetros corporais?

Medem forças, lado com lado, numa rivalidade ocasional.
Se puxam os dois para o mesmo lado, então o mundo é perfeito e pequeno para alcançarmos as metas. Se não, deixam simplesmente um estado de intermitência dolorosa. Ir ou não ir, fazer ou não fazer, aproveitar ou abdicar… São coisas que não se sabem, quando os nossos pólos, motores de acções, discutem entre si.

Dizer qual deve levar a melhor é complicado e quase nem vale o esforço de uma tentativa para desvendar a charada.
Se fosse um jogo, procurar-se-ia um empate, favorecendo ambas as equipas. Mas os jogos são coisas perigosas, com regras ou sem elas, com expectativas de parte a parte… o que nos torna a nós ou em jogadores profissionais ou em pessoas que cedem facilmente à atracção de um jogo assim, num jeito amador e desprotegido.

Sentir e pensar, lado a lado ou de costas contra costas, tantas vezes a deixar cair a vida em confusões, em indecisões, em não saberes, não quereres, não viveres.

Desatem-se os nós na razão, amarrem-se as cordas bambas em emoções… Dê-se equilíbrio à pessoa que somos, numa procura pelo mais certo, pelo melhor, pelo mais autêntico e próximo de um empate em nós. 

Empatando o dever com o querer, atingimos o auge da nossa realização… multiplicamos o prazer ao máximo e alcançamos o melhor que a vida tem, em cores várias, em formas múltiplas.

Basta isso, o empate. Dever e querer a uma só voz.

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