Têm a curiosidade a exalar dos poros e não me pouparam ao olhar inquisitivo, sorrindo-me como convite para me juntar e fazendo as típicas caretas endiabradas de quem uma mão cheia para mostrar quando alguém pergunta pelo número de primaveras.
Penso que o privilégio de ainda não terem que mostrar mais dedos é o tão simples facto de poderem dar as corridas, as três que a educadora deixa, as outras que ela finge não ver, os abraços que se dão sem porquês, as brigas instintivas e sem justificações válidas e dogmáticas... Podem agir sem ter que se justificar perante eles ou os outros porque a idade deixa que seja assim.

Dei por mim a sorrir sinceramente porque se haveria lugar para sorrir assim seria perto de alguém que sorrindo, o faria genuinamente.
E enquanto eu ali esperava para que chegasse a minha hora com o senhor da bata branca, dei por mim a sorrir e a desejar correr com eles, num impulso sem incoerência, num sopro mágico, num passe de genuinidade que há muito não se vive...
Só eu e os sonhos.
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