11 de abril de 2009

Vive o medo



Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. – Luís Fernando Veríssimo

Vives ou existes?


Quando se vive ama-se sem medo! Declaramos e assumimos com garra e vigor tudo o que sentimos, mostramos aos outros quem realmente somos com esperança de triunfar e deixamos que a vida exista em nós.
Quem vive orgulha-se de si e dos seus feitos, pois bons ou maus são eternamente seus; quem vive sofre, chora, perde quebra, magoa-se, desilude, rejeita, sente a falta… E também sorri, confia, é amado e adorado, completa-se, pula de felicidade e lembra sempre que tudo na vida tem consequências que nos levam sempre a algum lado, ao lado que nós escolhemos.

Quem existe apenas pensa e sonha. Sonha com escolhas que tem medo de fazer na realidade e imagina tudo o que gostaria de viver e não vive com medo de tentar.
As tentativas não implicam o sucesso constante e apenas essa possibilidade nos faz recuar com receio de nos expormos ao mundo para sairmos derrotados.

De que vale a vida se só existirmos?

De que vale o dom da fala se nos calamos na hora de proferir um ‘Amo-te’ , ‘Preciso de ti’ , ‘Desculpa’ , ‘Tenho saudades’ com medo de ser em vão e de não ouvirmos o que ansiamos ouvir?
De que vale poder ver e escutar se tudo o que observamos e ouvimos não é nosso nem é fruto das nossas escolhas?
De que vale o medo e a ansiedade, o carinho e a bondade, a dúvida e a tristeza, a alegria e a certeza, a luta e as decisões, as vitorias e as derrotas, se nunca as pudermos sentir como nossas?

Eu já existi e já vivi. E decidi que prefiro viver, ainda que tenha de viver o medo por vezes.

Mas mesmo assim, com medo ou sem ele, que todas as lutas com vitórias ou derrotas sejam minhas, que todas as decisões mais ou menos importantes sejam por mim tomadas, que todos os sorrisos, desgostos, devaneios e todas as gargalhadas, lágrimas e anseios, sejam autênticas e minhas.

Que o amor seja meu e de quem me ame e viva
Que eu viva o medo e não o esconda
Que eu tente e sofra ou seja feliz
Mas nunca me arrependa de não ter tentado
De não ter vivido
Ou de apenas ter existido.

C’