Mas fora isso, parece-me sereno, imóvel... um pouco pálido até. Não é senhor de muitas conversas e nunca se sentou comigo para um chá.
Acho que é por isso que ainda não somos amigos.
Faltou o chá, a bolacha de manteiga com um toque de canela e a conversa sincera que acaba com insultos e piadas intriguistas à mistura.

Então hoje, enquanto dormias, estive à conversa com o mundo e como éramos ainda dois estranhos, contei-lhe os meus pensamentos sem medo do que ele fosse pensar, porque como éramos estranhos o ponto ainda estava no zero e não se pode desiludir ninguém quando se está no ponto inicial, não é?
Falei-lhe das cartas que faltam no baralho ou visto de outro ponto, do baralho que falta nas cartas; contei-lhe dos muros que caíram nas estações passadas e nas folhas que o vento primordial de Outono espalhou consigo.
Disse-lhe do que mais sinto falta e percebemos logo que tínhamos assunto para mais encontros (que ao que parece somos os dois deveras saudosistas).
Mas foi quando lhe segredei, sem arrependimentos, que por algum motivo tinha perdido o norte e a orientação nas horas banais do dia, que ele confessou que também andava assim.
Pelos vistos o mundo está perdido, como eu.
E soube isto tudo, esta noite, enquanto tu e o resto das pessoas do mundo, dormiam.
o meu mundo não quer mais falar comigo. para dizer a verdade, nem tenho a certeza sequer de que alguma vez tenhamos falado sinceramente um com o outro; as tête á tête não são muito do seu agrado...
ResponderEliminarresumindo, eu vivo um mundo que não me vive a mim, a solução: mudar de mundo ou mudar-me a mim? pois não sei...e depois a mentirinha está sempre a surgir... "sim está tudo bem, não não precisas de te preocupar..." umf
(:**
Muito lindo minha linda. Gostei muito. Bjkas
ResponderEliminar