27 de fevereiro de 2009

Histórias d'Amor

Todos gostaram quando a figura lhe pegou cuidadosamente na mão de dedos finos e delicados e a segurou firmemente, olhando-a nos olhos como se lhe transmitisse uma canção bonita e sentida.

Todos se emocionaram com as palavras doces que ambos trocaram, com a melodia simples de um piano que tocava ao fundo, com os tons harmoniosos que preenchiam o ecrã...

Não se emocionara com os olhos castanhos e com os cabelos finos da actriz nem com os traços bonitos e fortes do rapaz do cinema. Mas quem lá estava ficou feliz!Não por aquilo que apreciaram nas cenas mas pelas recordações que tudo o que viram lhes fez sentir.

Naquelas cenas não eram dois jovens namorados que se passeavam e eram felizes apenas com
palavras e sentimentos, eram os espectadores com os seus passados.

Cada um com os seus amores de Verão, aqueles que tinham vivido nas férias grandes da escola, aqueles que tinha durado apenas meses mas que lhes tinham deixado inúmeras recordações... Promessas de que nunca se iriam esquecer, pequenos encontros que os tinham feito felizes, musicas que tinham ouvido e filmes que não tinham visto juntos, actos sem nexo que na altura haviam feito todo o sentido...

Eram histórias bonitas e sinceras, de amores recordados que reviviam ali, naquele momento, enquanto o piano soava e duas outras pessoas se apaixonavam e eram felizes numa tela.

AC'

19 de fevereiro de 2009

<3

Quando amamos o mundo parece mais fácil. Tudo se torna mais suportável, pois sabemos que não estamos sós, tudo fica mais bonito, tudo fica mais colorido e vivo, tudo parece mais simples e mágico.

Na verdade, aos olhos de quem ama é assim que funciona. Os bons sentimentos que de nós se libertam valem por todos os que nos tentam derrubar e não estamos dispostos a desistir ao mínimo problema, ao mínimo obstáculo e tornamo-nos mais capazes.

Nunca acreditei que amor fosse tudo, mas será sem duvida uma grande parte do caminho para a tão procurada e desejada felicidade. Desde sorrisos parvos a gargalhadas histéricas, desde olhares cúmplices a mãos dadas suavemente, desde carinhos a palavras trocadas secretamente.

Quando se ama o mundo perde o sentido que tinha e passa a ter o sentido que nós lhe damos.

Não nos importamos com o que os outros possam dizer, vivemos as nossas vidas, amamos os nossos amores, aproveitamos os nossos momentos e fazemo-lo à nossa própria maneira.

Porque quem ama não pode prender-se a coisa alguma que não seja o seu próprio coração, que lhe transmite todas as ordens, todos os conselhos, todos caminhos…Porque quem ama não usará palavras vãs nem actos sentimentalistas.

Quem ama ouve-se a si próprio, fala por sorrisos e age com o coração.

Quem ama é feliz e a felicidade é um sentimento rápido.
Assim,
quem ama é feliz
e
quem ama sabe dar valor a cada segundo desse sentimento.

Catarina

18 de fevereiro de 2009

Instantes

As coisas mais bonitas são efémeras. Por exemplo, uma flor nunca permanecerá como foi no momento em que desabrochou e acabará por murchar.

Realmente as coisas que mais nos fazem felizes correm bem mais depressa. A felicidade é mais rápida do que a tristeza. Mas deveria ser ao contrário. Os momentos mais duros deveriam ser do tipo de efeito relâmpago para que não custassem tanto. Mas não são.

Quantas conversas bonitas passaram em menos de 5 minutos? Quantos encontros apenas serviram para escassas palavras? Quantas danças duraram menos que uma música? E ainda assim, valeram por mil sorrisos, mil pulos de alegria, mil brilhos no olhar, e milhões de recordações que guardamos e relembramos vezes sem conta.

Todos esses momentos, todas essas pessoas e todos os sentimentos, por muito curta que tenha sido a sua duração, significam muito mais que dias a fio de momentos normais, de pessoas meramente conhecidas e sentimentos banais.

Mesmo que um momento feliz dure 10 minutos ou 1 hora, para nós será sempre pouco. Por nossa vontade, repetiríamos esses momentos vezes sem conta durante dias sem fim.

Em vez de uma conversa teríamos infinitas conversas que nos deixariam realmente satisfeitos, em vez de jogo teríamos o replay dele até que o decorássemos e em vez de uma dança teríamos um baile inteiro, na mesma coreografia sentida até que soubéssemos toda a letra da música de fundo, todos os toques, os segredos, os suspiros.

Mas nem tudo pode ser como desejamos e por isso teremos que nos contentar muitas vezes com as recordações apenas.

Mesmo assim, todos os sorrisos sinceros e verdadeiramente sentidos, valerão sempre por todos os outros que foram apenas normais.

Valerá sempre mais termos toda a felicidade possível no espaço de um instante e depois relembrá-la e revive-la sempre que assim entendamos.

Catarina'

1 de fevereiro de 2009

Reaprende

No inicio custa. Adaptar é sempre difícil.

Estranhas a falta de claridade, estranhas os poucos rostos conhecidos, estranhas o barulho.
Estranhas os movimentos desconhecidos, estranhas as vozes roucas, estranhas as emoções extasiadas.

“Primeiro estranha-se, depois entranha-se.”

E vives tudo como se tivesses acabado de nascer. Como se dançasses, risses e te divertisses pela primeira vez.
Aprendes tudo de novo.
Os passos, a euforia, as frases sem nexo, as emoções descontroladas, os risos, as expressões de gozo, a confusão, a distracção, a alienação do real…
Tudo te deixa anestesiada. Não assimilas nada no tempo real. Deixas pra depois.
Ouves tudo o que te dizem, aceitas ou declinas, sorris ou franzes o sobrolho, ris ou viras a cara.

Danças e sentas-te. Descansas.
Danças e cantas. Voltas a dançar.
Uma última vez, agora mais calma.

Sorris. Já aprendeste novamente a ser feliz.

Tudo parece tão simples, tão especial, tão feliz, tão teu…
E sim, é de facto tudo simples, especial, feliz e teu.

Depois, ficam as recordações… As tuas, as minhas e as de quem se lembrar.

Catarina*