7 de setembro de 2010

agridoce.

O amor tem um travo agridoce.
No entanto, uma vez provado, no esplendor e na magia da sua essência, ficamos intensamente viciados nesse sabor que nos arrebata a alma, com vigor.

Quando provamos um amor ainda mais brilhante que aquele outro que um dia já achámos ser o amor-perfeito, o sentimento de plenitude que alcançamos é indescritível.
Todas as sensações, todos os momentos, todos os sorrisos e todas as dúvidas, têm uma magia, uma cor, um aroma... demasiado surreal.

Quando se gosta, com a certeza de não se ter sentido nunca assim, damos a magia que vem do mais profundo de nós.
E cada sorriso alcançado, cada abraço sentido e apertado, cada toque, cada gargalhada verdadeira e provocante, tem um valor incalculável, apenas porque não trocaríamos nada daquilo por nenhum valor no mundo.

E por muito que todo o resto valha, que vale sempre porque a vida não é só amor, quando se ama com a certeza do amor-perfeito, que nos abraça perfeitamente, é ali, junto a esse amor que queremos estar. Sem senãos e porquês.

E a alegria dessa estrela é proporcional aos estragos que a sua partida pode causar. Se a felicidade é maior quando chega, também a dor que se sente se eleva a toda a dor que se sinta e se possa sentir. Fica o vazio. Fica a saudade. A dor, em espasmos violentos, não se mede sequer. É a maior de todas.

É por isso... É por isso que o sabor é agridoce. Que nos aproxima e afasta, num misto de sensações.

E é por isso, pela polivalência de sensações, de sonhos e riscos, que ficamos fora de nós quando amamos.

1 de setembro de 2010

"Sou um Ícaro sem asas. Mas o desejo de voar é muito forte em mim. Penso que andei sempre à procura de um Dédalo." - Sarah Dunant em O Nascimento de Vénus.