"Because without the bitter, baby, the sweet ain't as sweet."
in Vanilla Sky.
Certo, certo e certo.
Certo tal como o valor que damos às coisas quando as perdemos, tal como as saudades que sentimos quando por perto as pessoas queridas não temos, tal como o valor que damos aquilo que recuperamos após termos penado pela sua falta...
É por isso que o primeiro sorriso, depois da total ausência de expressões faciais felizes, é sempre o mais sincero e é por isso que guardamos na memória o primeiro abraço daquela pessoa e o segundo primeiro abraço, o terceiro primeiro abraço, o quarto primeiro abraço...
É que quando perdemos as pessoas por algum tempo, quando as voltamos a ter connosco, temos as primeiras vezes de novo.
Porque o amargo da ausência devolve a doçura terna das primeiras vezes a certos momentos. Porque o escuro de um período nos mostra a verdadeira pureza de um pedacinho de luz. Porque foi esse caminho estranho que nos mostrou o valor de outras coisas maiores.
Precisamos dos dois para termos como avaliar. E nós, que somos seres humanos e por isso seres complicados e complexos, com propensão à complexidade exacerbada e à complicação desintegrada, queremos avaliar-nos a nós, aos outros e a nós com os outros.
O doce e o amargo alimentam-se, mutuamente.
Sem o amargo, seríamos ser fúteis e superficiais, incapazes de valorizar as coisas mais simples e mágicas da vida. Sem o doce viveríamos acostumados com a penumbra, atados a um banco de pedra fria, vivendo sem prazer e a julgar que a vida era assim, desprovida de brilho.
O bem e o mal, o doce e o amargo, a metade e a outra metade... resumir-se-à quase tudo a uma questão de equilíbrio?
Seja como for... Because without the bitter, baby, the sweet ain't as sweet. E ainda bem que é assim.
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