14 de outubro de 2010

Digo que.

Eu na verdade gosto de política, gosto de saber a quantas anda (ou não anda) o nosso Governo (ou a falta dele), de ouvir as discussões de ideais e perceber em que ponta eu puxaria. Não sou de ideias radicais e detesto o conflito erróneo que se faz, das coisas erradas, com as pessoas erradas e pelos motivos errados.

Também sei que é fácil apontar defeitos, dizer o que se fazia se fossemos nós a decidir, achar que o mundo seria tão melhor connosco no poder. Somos, fazemos e acontecemos. É assim, quase sempre, não é?
Bem, não é. 

Cada pessoa deve conhecer-se e saber para que competências está talhado. Se alguém se predispõe a exercer a nossa representação, levando a cabo os nossos interesses, assumindo-se como competente para tal, é-nos de direito apontar quando discordamos. 
Devemos estar predispostos a fazer algo. Não apenas a apontar os pontos fracos e a criticar mas também a mostrar disponibilidade para fazer mudança. Como? Pelo menos votando, lendo e ouvindo as boas novas do país, dando a palmadinha nas costas quando se cai e apertando a mão para festejar. Interessando-nos pelo menos, não só para dar o ar de 'ah e tal que culto que eu sou',mas para saber com que linhas nos cozemos. 

Tomar consciência.

E a minha consciência diz-me que o país não vai. Vai arrastado por forças desconhecidas, rolando na sua figura balofa de calças número cinquenta com o cinto a apertar a gordura das classes altas e com os dedos dos pés bem apertados nuns sapatos de pele banal num trinta e cinco de formato pequeno. 

Estão a imaginar? Uma figura de cintura em forma de barril, com passos bem mais pequenos, quase idiotas, aos pulos que a panóplia conjuntural ainda permite dar. 

É, está complicado. Eu não sei que opções sugerir mas sei que o caminho também não está fácil. Está tortuoso e a torturar. 
Dói-nos o peso da má gestão, a descompustura internacional, a respiração sustida pelas medidas e pesos que se impuseram. 

Afaga-nos a vista o visibilidade alcançada pela eleição de Portugal para membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU para o biénio 2011-2012, fazendo par com a Alemanha. 
Servirá, talvez, para mostrar ao mundo que somos um rectângulo pequenino com potencial para explodir em valores, recheados de tradições, pontos vitoriosos de património cultural. 
Pois é, somos um tesouro (escondido ou camuflado, é certo!), pronto a brilhar ao abrir a tampa do baú. 
Só falta isso, não é? 
Abrir a caixinha e sair ao mundo, mostrando o valor que se tem, que não é pouco nem muito, é demais.

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