29 de janeiro de 2011

narcisos.

Das coisas mais incríveis (e muitas vezes também inefáveis) em nós, pessoas, é a capacidade de sentir uma pluralidade complexa e assombrosa de sentimentos no mesmo segundo.
Apenas um segundo, ímpar e solitário, com uma tremenda carga nos seus milésimos. Um segundo como se fosse um narciso, em cada pétala uma história, em cada milésimo de segundo uma emoção distinta.
Uma pétala de saudade, um milésimo de desilusão, uma pétala de ternura, um milésimo de paixão, uma pétala de raiva, um milésimo de desejo, uma pétala de sonho e um milésimo de repulsa. Tudo isto num só segundo, numa só flor, num só número ímpar, sem companhia.
E nós somos pessoas de segundos multiplicados numa quantia avassaladora, tal como um jardim repleto de flores que se perde no olhar... Em cada flor demasiadas pétalas e em cada pétala mil outras histórias p'ra contar.
E se alguém me negar que esta singularidade não tem algo de mágico, de superior, de transcendente... eu simplesmente não acredito. 

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