12 de janeiro de 2011


E essa pessoa até pode ter-te ferido num corte profundo, basta que a ames, com ou sem disso consciência, para que a procures quando vives, para que a esperes enquanto respiras, para que a perdoes sem saber, para que a ames sem a esquecer.

E se essa pessoa, antes ou depois de um qualquer momento menos feliz, te tiver feito sorrir com um passe de magia singelo, não precisarás de mais nada para que a busques nas recordações, bebendo dos sorrisos que relembras, sorrindo à medida que memorizas cada palavra dita antes, ficando triste quando as últimas gotas se esgotam e deixando entrar a saudade que bateu à porta entretanto.


Se num absoluto descontrolo te perderes dos requisitos que te guiavam na imaginação da pessoa ideal, basta que a isso juntes um bater de coração acelerado, um par de faces rosadas, um olhar envergonhado e um abraço que se dá à distância para, como se de cristal fossem os requisitos, os partires em dois ou trezentos pedaços.

É, o amor não move nem montanhas nem ventos e com toda a certeza que não é ele o propulsor do azul do céu e do brilho constante do sol… mas ainda assim é ele, esse espírito endiabrado com faces variadas e exponenciais, que nos leva às maiores escaladas e às maiores lutas, muitas vezes contra a corrente. E é ele, esse a quem damos toda a culpa das loucuras mais e menos felizes, que nos leva às maiores comparações de sorrisos com raios de sol, de olhares com águas intensas e de toques com força de vento.

É preciso apenas um segundo de amor para que os olhos castanhos que deviam ser verdes, que a irreverência que devia ser simplicidade, que a elevada auto-estima que devia ser humildade, que o cabelo preto que devia ser castanho, que o nome que devia ser outro, que as crenças que deviam ser semelhantes.

É preciso apenas amar de verdade alguém, admirando todas as suas qualidades e respeitando-lhes os defeitos, para se perder nas voltas do coração.



2 comentários:

  1. Meu amor, a pensar e a esceveres assim... não vais lá!! O sentimento que devias ter era de ódio (ou pelo menos de raiva) pra conseguires esquecer e seguir em frente. Ou talvez tu não queiras verdadeiramente esquecer e seguir em frente. Beijinho.

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  2. Gosto do texto. Já li alguns. Que saudades que eu tinha! nunca deixes de escrever! um grande beijinho *

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