1 de fevereiro de 2009

Reaprende

No inicio custa. Adaptar é sempre difícil.

Estranhas a falta de claridade, estranhas os poucos rostos conhecidos, estranhas o barulho.
Estranhas os movimentos desconhecidos, estranhas as vozes roucas, estranhas as emoções extasiadas.

“Primeiro estranha-se, depois entranha-se.”

E vives tudo como se tivesses acabado de nascer. Como se dançasses, risses e te divertisses pela primeira vez.
Aprendes tudo de novo.
Os passos, a euforia, as frases sem nexo, as emoções descontroladas, os risos, as expressões de gozo, a confusão, a distracção, a alienação do real…
Tudo te deixa anestesiada. Não assimilas nada no tempo real. Deixas pra depois.
Ouves tudo o que te dizem, aceitas ou declinas, sorris ou franzes o sobrolho, ris ou viras a cara.

Danças e sentas-te. Descansas.
Danças e cantas. Voltas a dançar.
Uma última vez, agora mais calma.

Sorris. Já aprendeste novamente a ser feliz.

Tudo parece tão simples, tão especial, tão feliz, tão teu…
E sim, é de facto tudo simples, especial, feliz e teu.

Depois, ficam as recordações… As tuas, as minhas e as de quem se lembrar.

Catarina*

1 comentário:

  1. Aprender a viver numa realidade diferente, é sempre dificil... Mas por vezes essa nova realidade pode até ser uma coisa boa... Por isso essa aprendizagem até pode ser boa...
    Bjx (gostei do texto)

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