20 de julho de 2010

missing the captain.

Quando bate, bate forte.

As saudades são tremores que vêm desde a ponta dos pés e se prolongam até à mais alta estrela para onde canalizamos os desejos no céu.

Vêm de fora para dentro, vêm de dentro para fora. Entram com os olhares que deitamos às casas pelas janela do carro, entram com os olhares que temos quando recordamos os dias passados, entram como entra o sol pela manhã entre as cortinas e nós tentamos fechar os olhos com mais força para não sentir a claridade.
Ás vezes fazem chorar. Mas é um choro controverso. Se temos saudades é porque houve algo bom para que as tivéssemos. E ter tido algo bom, é bom.

As saudades são espelhos, que nos mostram o que fomos, o que sentimos, o que foi nosso.

As saudades são espasmos cruéis que nos adormecem os músculos e nos deixam ali, vulneráveis à sensação de falta, de alguém, de algum sitio, de um aroma, de um toque.


Ter saudades é perdermo-nos nas recordações quando não podemos viver extasiados e elevados ao auge da adrenalina a fim de ultrapassar os limites das melhores recordações.


Eu hoje perdi-me nas recordações. E perdermo-nos aí é inevitavelmente bater à porta das expectativas de um amanhã. Será melhor? Deixará saudades quando acontecer? Valerá a pena produzir sonhos impecáveis?


As saudades são assim. Inconstantes. Vão e vêm e percorrem todos os socalcos da nossa mente.

2 comentários:

  1. As saudades doem e magoam. As saudades podem tambem trazer nos a melancolia e a doçura de momentos vividos! as saudades são ambiguas! as saudades podem ser boas ou más*
    Sinto-me como tu minha Catarina linda* E tenho saudades tuas e do ter ao ar docinho*

    Um enorme beijinho*

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